Uma permanência adequada em altitude, desenvolve uma série de alterações fisiológicas, que visam a melhoria no transporte de oxigénio. Para tentar melhorar o aporte de oxigênio aos tecidos, muitos atletas de elite treinam em altitude de modo a aperfeiçoar a sua preparação física e melhorar o seu desempenho ao nível do mar. O tempo de exposição e o nível de altitude são os principais factores que podem levar a um desempenho optimizado ou a prejuízos para a saúde dos atletas. (Wilber, Stray-Gundersen Levin, 2007; Mazzeo, 2008).
Ao realizar exercício físico em altitude, temos dois tipos de dificuldades aos quais o corpo mais responde e se adapta: o exercício e a hipóxia, que é a quantidade reduzida de oxigénio num determinado ambiente que afecta directamente a intensidade do exercício.
Ao nível do mar, segundo Mcardle, Katch e Kacth (2003), o ar exerce uma pressão barométrica de 760 milímetros de mercúrio (mmHg), com um percentual de oxigénio de cerca de 20,93%. Mazzeo (2005) descreve que em altitude, o ar ambiente continua a conter 20,93% de oxigénio, mas a pressão barométrica é menor á medida que a altitude vai aumentando, fazendo com que o número de moléculas de oxigénio por unidade de volume diminua, ou seja, há menor pressão parcial de oxigénio (pO2).
Citado por West (2004), o consumo máximo de oxigénio (VO2 max) é reduzido a 85% do valor ao nível do mar, a uma altitude de 3.000m. A 5.000m de altitude, esse valor é de apenas 60% do valor conseguido ao nível do mar, e no pico do Monte Everest (8.848 m) o consumo máximo de oxigénio fica em menos de 30% do valor ao nível do mar.
Ao realizar exercício físico em altitude, temos dois tipos de dificuldades aos quais o corpo mais responde e se adapta: o exercício e a hipóxia, que é a quantidade reduzida de oxigénio num determinado ambiente que afecta directamente a intensidade do exercício.
Ao nível do mar, segundo Mcardle, Katch e Kacth (2003), o ar exerce uma pressão barométrica de 760 milímetros de mercúrio (mmHg), com um percentual de oxigénio de cerca de 20,93%. Mazzeo (2005) descreve que em altitude, o ar ambiente continua a conter 20,93% de oxigénio, mas a pressão barométrica é menor á medida que a altitude vai aumentando, fazendo com que o número de moléculas de oxigénio por unidade de volume diminua, ou seja, há menor pressão parcial de oxigénio (pO2).
Citado por West (2004), o consumo máximo de oxigénio (VO2 max) é reduzido a 85% do valor ao nível do mar, a uma altitude de 3.000m. A 5.000m de altitude, esse valor é de apenas 60% do valor conseguido ao nível do mar, e no pico do Monte Everest (8.848 m) o consumo máximo de oxigénio fica em menos de 30% do valor ao nível do mar.
Mount Everest
As alterações fisiológicas, como conseqüência da hipóxia, ocorrem nos primeiros momentos de exposição à altitude. Essas adaptações são fundamentais para o fornecimento de oxigénio aos tecidos, seguidas por adaptações crónicas que podem levar meses. Este processo de adaptação tem o nome de aclimatação à altitude.
Pessoas treinadas, quando expostas à altitude apresentam uma redução no VO2máx maior do que pessoas destreinadas (Powers, Howley, 2006).
Atletas de elite usam o treino em altitude há muito tempo, embora a eficiência desta prática, em relação à melhoria no desempenho ao nível do mar, ainda seja questionada por estudos. (Wilber, 2007).
Gore, Clark e Saunders (2007) classificam os níveis de altitude em:
- Nível do mar - de 0 – 1.000 metros;
- Baixa altitude de 1.000 – 2.000 metros;
- Média altitude - de 2.000 – 3.000 metros;
- Grande altitude - de 3.000 – 5.000 metros;
- Altitude extrema - de 5.000 – 8.848 metros.
Diferentes metodologias do treino são utilizadas para aprimorar o desempenho físico através dos benefícios da aclimatação à altitude.
Penhas da Saúde - Covilhã (1500m)
Viver e treinar em altitude (Live High + Train High):
- O modelo original de treino em altitude foi o de viver e treinar em altitudes médias (live high + train high, LH+TH) que, mesmo sendo utilizado durante várias décadas, os seus benefícios em melhorar o desempenho físico ao nível do mar continuam incertos. Uma potencial limitação do treino em condições hipóxicas é o facto de muitos atletas serem incapazes de atingir o nível de intensidade necessário para gerar as mudanças fisiológicas suficientes para melhorar a performance, e em muitos casos, retornavam ao nível do mar num estado de destreino, com reduções de 3–8% no desempenho físico. (Levine, Stray-Gundersen, 2005; Wilber, Stray-Gundersen, Levine, 2007).
Viver ao nível do mar e treinar em altitude (Live Low + Train High):
Viver ao nível do mar e treinar em altitude (Live Low + Train High):
- Embora o nome indique treino em altitude, no modelo LL+TH (live low + train high), o atleta vive e treina ao nível do mar, com curtos períodos de hipóxia (5 -180 minutos) onde respira um gás com a percentagem de oxigênio reduzida, através de uma máscara, durante o intervalo de recuperação ou durante a sessão de treino. Este método é indicado como um meio de pré-aclimatação antes da ascensão à altitude para atletas que pretendem competir ou treinar em regiões altas. (Wilber, 2007; Muza, 2007).
Viver em altitude e treinar ao nível do mar (Live High + Train Low):
Viver em altitude e treinar ao nível do mar (Live High + Train Low):
- O modelo de viver em altitude e treinar num local mais baixo (live high + train low, LH+TL) foi desenvolvido por Levine e Stray-Gundersen em 1992, e mostrou ser eficiente para atletas de diferentes aptidões. (Levine, Stray-Gundersen, 2005).
- Neste modelo os atletas vivem em altitude para obter os benefícios da aclimatação (aumento na produção de eritropoetina, resultando no aumento de hemácias) e treinar num local mais baixo para conseguir atingir a intensidade de treino semelhante à do nível do mar. Atletas que usam o método LH+TL vivem e/ou dormem numa altitude moderada (2.000 – 3.000 metros) e treinam a uma baixa altitude (< 1.500 metros). (Powers, Howley, 2006; Wilber, 2007).
- Gore e Hopkins (2005) afirmam que o método LH+TL produz uma alteração fisiológica grande, aumentando o desempenho aeróbio.
- Segundo Levine e Stray-Gundersen (2005) a melhoria no VO2max, e consequente melhoria no desempenho, estão relacionadas a um aumento do volume das hemácias, e seria conseguido através da exposição à altitude e de uma intensidade adequada de treino.
- Gore e Hopkins (2005) acreditam que tais mudanças resultam de erros nas avaliações e não de adaptações fisiológicas à altitude, sugerindo que a alteração no volume das hemácias em vários estudos parece ser directamente proporcional à possibilidade de erro na avaliação. Os autores citam ainda que o VO2max pode ser aumentado por esforço voluntário no processo de avaliação, e que a melhoria no desempenho poderia-se dar devido a um efeito placebo do viver em altitude, acreditando que a economia do movimento é a componente mais provável de mediar os efeitos do método LH+TL.
- Wilber, Stray-Gundersen e Levine (2007) avaliaram qual seria a “dose” ideal de exposição à altitude para se obterem os maiores aumentos de eritropoetina no modelo LH+TL. Os seus resultados mostram que para existirem benefícios efectivos dessa metodologia de treino, os atletas precisariam de uma exposição a 2.000 - 2.500 metros de altitude, no mínimo de 4 semanas com uma exposição diária de 22 horas ou mais. - Estes mesmos autores salientam ainda que a pré-disposição genética leva a uma considerável variação individual.
- Neste modelo os atletas vivem em altitude para obter os benefícios da aclimatação (aumento na produção de eritropoetina, resultando no aumento de hemácias) e treinar num local mais baixo para conseguir atingir a intensidade de treino semelhante à do nível do mar. Atletas que usam o método LH+TL vivem e/ou dormem numa altitude moderada (2.000 – 3.000 metros) e treinam a uma baixa altitude (< 1.500 metros). (Powers, Howley, 2006; Wilber, 2007).
- Gore e Hopkins (2005) afirmam que o método LH+TL produz uma alteração fisiológica grande, aumentando o desempenho aeróbio.
- Segundo Levine e Stray-Gundersen (2005) a melhoria no VO2max, e consequente melhoria no desempenho, estão relacionadas a um aumento do volume das hemácias, e seria conseguido através da exposição à altitude e de uma intensidade adequada de treino.
- Gore e Hopkins (2005) acreditam que tais mudanças resultam de erros nas avaliações e não de adaptações fisiológicas à altitude, sugerindo que a alteração no volume das hemácias em vários estudos parece ser directamente proporcional à possibilidade de erro na avaliação. Os autores citam ainda que o VO2max pode ser aumentado por esforço voluntário no processo de avaliação, e que a melhoria no desempenho poderia-se dar devido a um efeito placebo do viver em altitude, acreditando que a economia do movimento é a componente mais provável de mediar os efeitos do método LH+TL.
- Wilber, Stray-Gundersen e Levine (2007) avaliaram qual seria a “dose” ideal de exposição à altitude para se obterem os maiores aumentos de eritropoetina no modelo LH+TL. Os seus resultados mostram que para existirem benefícios efectivos dessa metodologia de treino, os atletas precisariam de uma exposição a 2.000 - 2.500 metros de altitude, no mínimo de 4 semanas com uma exposição diária de 22 horas ou mais. - Estes mesmos autores salientam ainda que a pré-disposição genética leva a uma considerável variação individual.
Só para atletas com um nível de condicionamento bem alto se torna significativo o treino em altitude como estímulo adicional, visto que a melhoria no desempenho ocorre numa percentagem mínima (1%). Porém, essa melhoria de 1% na capacidade de executar exercícios de características aeróbicas pode representar uma percentagem maior do que a diferença entre o 1ºe o 2º classificado numa prova.
Na Corrida de São Silvestre de 2007 (15.000 metros) a Queniana Alice Timbilili venceu com o tempo de 53:07m seguida pela Brasileira Marizete Rezende, que conseguiu o segundo lugar com o tempo de 53:36, uma diferença de tempo de apenas 0,91%.
Em junho de 2008 na Maratona de Londres (42.195 metros) o Queniano Martin Lel venceu com o tempo de 2:05:15h, enquanto que o terceiro classificado, o marroquino Abderrahim Goumri, concluiu a prova com 2:05:30h, somente 0,2% de tempo a mais do que o vencedor. Com a marca desse ano, Martin Lel obteve o novo recorde da prova, ficando com um tempo de 0,66% acima do recorde mundial em maratonas, que é do Etíope Haile Gebrselassie com 2:04:26.
Há, portanto, diferenças mínimas no desempenho podem fazer uma enorme diferença para a carreira de atletas de elite.
Existem divergências sobre qual é o principal factor que leva a um desempenho aprimorado após um período de treino em altitude. Seja por aumento no número e volume das hemácias, melhoria na eficiência mitocôndrial e na fosforilação das isoformas de miosina ou melhoria na economia do movimento. Há consenso na literatura que o VO2max e o rendimento de atletas após um período de treino em altitude aumentam.
Viver e treinar em altitude pode ser uma alternativa viável para atletas que estão no período regenerativo, onde a intensidade do treino é de leve à moderada. A exposição intermitente a hipóxia pode ser usada por atletas ou equipas cujos calendários de competição não permitem o tempo adequado de aclimatação, minimizando assim o aparecimento de possíveis complicações durante uma exposição aguda à altitude.
A permanência em altitude e o treino numa altitude menor (LH+TL) parece ser o modelo ideal a ser adoptado como uma alternativa para optimizar os resultados obtidos com o treino. De acordo com as adaptações geradas para melhorar o transporte de oxigênio, o período de pré-competição será o melhor momento para a aplicação deste método, visto que os seus efeitos dissipam-se num curto espaço de tempo.